Mês da bíblia: converter-se para evangelizar:
- - -“Levanta-te e vai à grande cidade” (Jonas 1, 2)
Setembro é o mês da Bíblia. Esta iniciativa surgiu há 39 anos na Arquidiocese de Belo Horizonte e, logo em seguida, foi lançada e aceita em toda a Igreja do Brasil. Começou-se, então, a dar maior atenção à Bíblia, com estudos, reflexões e orações.
O Documento de Aparecida destaca esta prática no Caminho de Formação dos Discípulos Missionários. Bento XVI propõe: “Ao iniciar a nova etapa, que a Igreja missionária da América Latina e do Caribe se dispõe a empreender, a partir desta V Conferência em Aparecida, é condição indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus. Por isso, é necessário educar o povo na leitura e na meditação da Palavra: que ela se converta em seu ali-mento para que, por experiência própria, vejam que as palavras de Jesus são espírito e vida (Jo 6, 63 – Dap, 247).
O Documento de Aparecida destaca esta prática no Caminho de Formação dos Discípulos Missionários. Bento XVI propõe: “Ao iniciar a nova etapa, que a Igreja missionária da América Latina e do Caribe se dispõe a empreender, a partir desta V Conferência em Aparecida, é condição indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus. Por isso, é necessário educar o povo na leitura e na meditação da Palavra: que ela se converta em seu ali-mento para que, por experiência própria, vejam que as palavras de Jesus são espírito e vida (Jo 6, 63 – Dap, 247).
Entre as várias formas de aproximação à Bíblia, está a Leitura Orante da Bíblia, também chamada de Lectio Divina. “Esta leitura orante, bem praticada, conduz ao encontro com Jesus – Mestre, ao conhecimento do Jesus - Messias, à comunhão com Jesus - Filho de Deus e ao testemunho de Jesus - Senhor do Universo. Com seus quatro momentos (leitura, meditação, oração e contemplação), a leitura orante favorece o encontro pessoal com Jesus Cristo, semelhante ao modo de tantos personagens do Evangelho: Nicodemos (Jo 3, 1-21); a Samaritana (Jo 4, 1-42), o cego de nascimento (Jo 9) e Zaqueu (Lc 9, 1-10)” (Dap, 249).
A Comissão Episcopal para a Animação Bíblico Catequética, juntamente com o Grupo de Reflexão Bíblica Nacional da CNBB, dando destaque ao mandato missionário de todo o cristão em conseqüência de seu Batismo, está propondo para o mês da Bíblia 2010, o estudo e a meditação do Livro de Jonas com destaque para a evangelização e a missão na cidade.
“E veio a Palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: “LEVANTA-TE, VAI À GRANDE CIDADE DE NÍNIVE E CLAMA CONTRA ELA, PORQUE A SUA MALÍCIA SUBIU ATÉ MIM” (Jn 1, 1-2). Era uma ordem de Deus a seu Profeta! Ele que acreditava no Senhor não tinha outra coisa a fazer senão obedecer, partir! Mesmo com os temores naturais se ele fosse ou não aceito, se fosse ridicularizado, expulso... ou até martirizado!
E aqui começa o drama de Jonas! Parte, sim! Vai até o porto, compra uma passagem... mas não para Nínive, e sim para Társis “para fugir da face do SENHOR” (Jn 1, 3). Em resumo: a viagem fracassa; surge uma grande e inesperada tempestade. Os marinheiros percebem tratar-se de um castigo divino dirigido contra alguém, que viajava no barco. Tiraram a sorte para saber quem seria jogado ao mar. A sorte caiu sobre Jonas, que confessou tudo. Foi jogado ao mar. E um grande peixe o engoliu, onde ficou por três dias e depois o vomitou na praia do mar.
Aí, então, obedeceu a Deus. “E veio a palavra do Senhor segunda vez a Jonas dizendo: “Levanta-te e vai à grande cidade de Nínive, e prega contra ela a pregação que eu te disse. E levantou-se Jonas e foi a Nínive... (Jn 3, 1-3). Esta era uma grande cidade. E Jonas foi caminhando e anunciando: “Dentro de quarenta dias Nínive será destruída” (Jn 3, 4). E o Povo foi acreditando em sua pregação. Começou a fazer penitência. O rei também acreditou e se arrependeu. E decretou: “Cada um deverá voltar atrás de seus caminhos perversos e deixar de praticar todo tipo de opressão. Quem sabe, assim, Deus volta atrás, tem compaixão, revoga o ardor de sua ira e nós deixamos de ser destruídos?” (Jn 3, 8-9). Deus viu o que eles fizeram e como voltaram atrás de seus caminhos perversos. Compadecido, desistiu do mal que tinha ameaçado. Nada fez” (Jn 3, 10).
Jonas ficou desgostoso do final de sua pregação, pois ele queria o castigo dos maus. Mas, Deus ainda lhe faz ver como é seu modo de agir: “E eu não terei pena de Nínive, esta enorme cidade de mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem distinguir entre a direita e a esquerda, além de tantos animais?”
Assim termina o livro de Jonas, que é uma exortação à conversão e à misericórdia, de que tanto precisava Jonas e nós também. O povo e os cristãos atuais, os habitantes de nossas cidades, devem deixar-se corrigir pela Palavra inspirada, santa e perfeita, útil para exortar e para “discernir os propósitos do coração” (Hb 4, 12).
Dom Jacyr Francisco Braido
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